segunda-feira, 14 de março de 2016

Relatos de Angústia #1

Lá venho eu depois de um grande hiato escrever algo. Infelizmente não é algo tão agradável, ou uma reflexão em sentido estrito da palavra. Venho falar de angústia. Aliás, venho falar das minhas (ou da minha) angústias. Não consigo dizer exatamente quais são, quando começaram. Não sei dizer se elas voltaram, ou se na verdade, se quer chegaram a ir. Talvez tenha ficado disfarçada um tempinho e agora apareceu novamente.
Me preocupo comigo, pois não tenho conseguido identificar o real motivo desta tal angústia. Parei para pensar depois de chamar atenção de uma de minhas turmas. Ao chamar atenção dos alunos eu não dei uma “prensa”, ou uma “colada” como dizem. A minha chamada de atenção foi um desabafo propriamente dito. Eu falei que mesmo trabalhando e estudando durante toda a semana e passando mal no tal dia eu estava me esforçando para que eles não prestassem atenção. Detalhe ainda mais importante. Quase chorei no momento. Foi um grito, que estava entalado (ao menos pareceu). Então comecei a me perguntar o que estava havendo. Será que há algo me angustiando, me entristecendo e eu estou ignorando o fato? Ou será que realmente eu não estou encontrando?
Destas perguntas digo que eu mesmo não tenho encontrado o que tem acontecido. Discussões que estão sendo constantemente feitas em uma matéria neste semestre na faculdade é a que nos momentos de fraqueza é que nós podemos nos reerguer, podemos nos fortalecer. Eis a questão! O que tem me feito fraquejar? Considerando que se chegamos a ficar “fracos” é porque em dado momento estávamos “fortes”, ou ao menos, em uma condição melhor do que a atual. Para se fortalecer é preciso estar fraco! Essa dúvida está me ecoando a mente. Ideal seria se eu conseguisse permanecer com ela para que sozinho com Deus pudesse resolvê-la. Só que enquanto ser humano, não consigo (ou não conseguimos) fazer isso. De fato “há batalhas que travamos sem que ninguém veja”*. Mas como vencê-las? O que fazer para estar forte e não fraquejar?
No momento busco em Deus, e conto com a ajuda dos meus amigos. 

"O homem, nascido de mulher, vive breve tempo, de inquietação. Nasce como a flor e murcha; foge como a sombra e não permanece;" Jó 14, 1-2


* Paráfrase de um trecho da Música Outono de Os Arrais.