Na nossa constituição no Artigo Quinto diz: "Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e a propriedade nos temos seguintes:". Somente aqui já poderíamos discorrer uma série de críticas, porém iremos falar unicamente da laicidade. Não se vê claramente escrito "Somos um país laico", mas assim se segue os incisos que tratam do assunto:
"VI - é inviolável a liberdade de consciência e de crença, sendo assegurado o livre exercício dos cultos religiosos e garantida, na forma da lei a proteção aos locais de culto e suas liturgias;VIII - ninguém será privado de direitos por motivos de crença religiosa ou de convicção filosófica ou política, salvo se as invocar para eximir-se de obrigação legal a todos imposta e recusar-se a cumprir prestação alternativa, fixada em lei;"
Como se interpreta acima vemos nos incisos que o Brasil, "respeita" e não priva de direitos nenhum cidadão por motivos de crença religiosa. Mas é aí que mora a contradição. O governo é laico, e isso podemos ver, pois realmente o governo não tenta governar com base em fundamentos religiosos ou livros sagrados. Só que o nosso país é católico! Se alguém conhece algum feriados espirita, budista ou evangélico me fale nos comentários abaixo por gentileza.
O que vemos hoje no nosso país é uma grande hipocrisia neste sentido. E a pior parte é quando você vê que no congresso existe uma bancada evangélica, que no final das contas acaba denegrindo a imagem dos cristãos, em especial dos que professam a fé evangélica. Outro agravante é que muitos fiéis alienados por este pensamento acabam militando a favor destes, que desta forma, acabam criando um cerco ainda mais perigoso e hostil para quem é cristão. Afinal de contas, como seria a questão de Deus governar a nação? Isso significa ter um pastor, um padre, ou qualquer outro líder religioso na presidência? Claro que não!
Deus governa não somente a nação (I Sm 2,6-8), mas toda a realidade. Fora que toda autoridade é instituída por Deus (Rm 13,3-4; I Sm 2, 10), seja para que a nação progrida ou para que ela decaia. Podemos ver Saul, Manassés, mas também Davi e Salomão. Em determinado momento Israel foi ferida, mas em outro foi Israel que feriu. Então torcer para os nossos governantes sejam desta bancada, que mais defende interesses próprios e partidários do que o evangelho, é um erro fatal! E ainda sim, pensássemos que eles defenderiam as sãs escrituras, não seria ideal para o país, já que somos "laicos". O que cremos diz respeito à nos, Igreja! Nosso papel aqui é professar as verdades bíblicas e não querer que o governo imponha sobre todos a nossa crença. Podemos discordar livremente, mas não obrigar ninguém a nada, da mesma forma que não podem por exemplo retirar trechos da Bíblia. Fato é que Governo é governo, e Religião é religião. Claro que há uma oração constante dos cristãos, que a nação seja temente a Deus e que siga os seus preceitos, mas orar é uma coisa, militar de maneira incisiva, obrigando e oprimindo as pessoas é outra.
Toda as autoridades são instituídas por Deus, e a única coisa que nos resta é confiar no Senhor, sabendo que nada foge do teu Eterno propósito e de tuas mãos. Devemos orar e pedir direcionamento para que possamos "escolher" melhor os nossos representantes. Nada e nem ninguém pode se livrar das mãos do Senhor (Dt 32,39). Com isso espero que entenda! Independentemente de governo teocrático ou não, quem governa a nação é Deus.
Referências:
Constituição da Republica Federativa do Brasil: Promulgada em 5 de Outubro de 1988. 52. ed., atual. e ampl. São Paulo: Saraiva, 2015 (Coleção Saraiva de Legislação).