segunda-feira, 30 de janeiro de 2017

Fé!

Hoje no meu trabalho tivemos uma reunião bastante longa. Tivemos uma mudança na liderança da empresa, então de certa forma dá uma renovada nos ânimos e tudo mais. Em dado momento depois da reunião estávamos conversando e chegamos ao ponto da esperança. Disseram aquela "Agora vai!" e eu disse que sempre acreditei antes e que agora acredito ainda mais. Aquilo que eu falei lá e pensei depois do ocorrido me deixou com uma vontade enorme de escrever.
Na minha vida, várias pessoas se assustaram comigo devido ao meu "excesso" de esperança. Sempre acreditei que as coisas darão certo. Tento ver o melhor das coisas. Ver aquele cogumelo que nasce em meio às folhas secas. Agradeço bastante a Deus, pois há muito tempo tenho pensado assim. Em determinados momentos na adolescência eu sempre me preocupava em estar preparado para o "Não!", mas por mais difícil que possa ser de entender, eu sempre tive muita esperança nas coisas.
O Silas Campos em seu livro "A fé que agrada a Deus"1 fala de uma dimensão interessante. Faz uma diferença da "Fé Salvadora" e da "Fé não salvadora". Fato é que as duas vem de Deus. É certo também que apenas uma leva para a vida eterna, porém tanto uma quanto a outra são importantes para a vida aqui na terra. Ele mesmo diz que a fé é importante para todos e que "o tempo todo o ateu, assim como o cristão, exerce fé" (pos. 183). Essa fé é a confiança que se têm ao pegar um ônibus acreditante que ele chegará no lugar que pretende ir; você entra em um prédio acreditando no engenheiro e naqueles que lá trabalharam, para ele não cair. Todos esses são exemplos que ele dá e que são bem verdadeiros.
Essa fé não é salvadora, mas realmente é importante para a nossa vida. Hoje eu falei que se eu não acreditasse que as coisas fossem dar certo eu não acordaria cedo. Eu preciso acreditar! O que me motivaria levantar cedo, pegar ônibus lotado, trabalhar o dia inteiro, ir para a faculdade, se no fundo eu não acreditasse que as coisas fossem dar certo? E ainda mais para mim que sou cristão. Estou longe, MUITO longe do grão de mostarda (Lucas 17, 6), mas pelo menos eu posso dizer: acordo cedo pensando que tudo dará certo!
Levanto e vou trabalhar. O que me faz fazer esse esforço? Saber que há um Deus que me deu a benção do trabalho cujo qual devo glorificar o seu nome cumprindo as minhas funções lá na empresa. Outra coisa é pensar que estou trabalhando para alimentar meus filhos (não ainda não tenho, nem namorada ainda, mas se eu não pensar no bem estar e no pão deles agora, para quê fazer tanto esforço para trabalhar e estudar?). Se eu não tivesse uma firme esperança dessas coisas sinceramente nem levantaria. Aliás, nem sairia de casa, nem acreditaria que sobreviveria ao sair do portão.
Então o que fazer para ter esperança? Saber que as coisas não dependem apenas de você! Se dependesse [unicamente de ti] provavelmente daria errado mesmo. Temos nossas ações, mas a confiança está em Deus. Quando colocamos a nossa esperança n'Ele, não há prazo para pensarmos na possibilidade de dar errado. Sem fé em Deus acho difícil crer que as coisas darão certo. Logo, penso eu, que falta de esperança na verdade é falta de conhecimento de Deus. O Silas Campos disse também que "O cristão, pela fé, sabe que ele não é um andarilho existencial, vagando, vítima do acaso e da sorte." (pos. 277-278).
Não devemos jamais colocarmos fardos pesados sobre nossos ombros. Vivamos tranquilos tendo esperança no Único que é capaz de a dar.

"Ora, a fé é a certeza de coisas que se esperam, a convicção de fatos que se não vêem." Hebreus 11, 1.


Referências
1.
CAMPOS, Silas Largui. A fé que agrada a Deus: mais quem um mero acreditar. São José dos Campos, SP: Editora Fiel, 2015; ePUB.

domingo, 1 de janeiro de 2017

2017


Bem, não tenho o costume de escrever para datas específicas, mas neste ano eu decidi escrever. Tudo se deu nesta madrugada de hoje. Cheguei da igreja e fiquei aqui no sofá, usando o meu celular. Mandei alguns votos de "Feliz Ano Novo!" para várias pessoas e dei umas fuçadas no Instagram (rede social que mais gosto). Quando a minha bateria acabou permaneci sentado no sofá e pensei em várias coisas. Essas coisas que pensei escreverei aqui.
As promessas, os votos e os agradecimentos é o que permeia as viradas de ano. Tendo em vista a separação que temos em dias, meses e anos, trezentos e sessenta e cinco (ou seis no ano bisexto) é realmente muito tempo e deve ser motivo de comemoração e gratidão. Como estou estudando para a minha monografia os pensamentos de Sêneca estão bem frescos em minha mente. Não sei como ele se comportava nas viradas de ano, mas consigo ouví-lo dizer que devemos agradecer a cada dia. Nas cartas morais que ele envia a Lucílio isso se mostra na carta doze1. Ele diz: "Uma existência inteira se constitui de fases e tem círculos maiores circundando os menores[...]"; concorda com Heráclito ao dizer: "[...] um só dia é igual a todos por semelhança.". Ele elogia o governador da Síria, Pavúcio que em todos os dias, fazia uma festa fúnebre. Dizendo por menores esse governador vivia todos os dias como se fosse o último. Ao meu ver este não é um convite à libertinagem, mas sim à gratidão.
Não temos o direito de reclamar dos dias. É uma dádiva, podermos ter mais um dia. Mesmo que não tivéssemos nada, temos um dia novo. Agradecemos neste dia de hoje por um ano novo! Agradecemos na verdade um grande ciclo (como diz o Sêneca), mas ajudaria bastante se agradecêssemos a cada dia. Cada nascer e pôr do sol, um agradecimento. Foram dias difíceis e por vários momentos preferiríamos até mesmo não termos o tido. Talvez até falaremos tal como o pregador em Eclesiastes: "Pelo que tenho por mais felizes os que já morreram, mais do que os que ainda vivem; porém mais que uns e outros tenho por feliz aquele que ainda não nasceu e não viu as más obras que se fazem debaixo do sol."(4, 2-3). Mas devemos nos atentar para o que o pregador diz no capítulo 9: "Pois o homem não sabe a sua hora. Como os peixes que se apanham com a rede traiçoeira e como os passarinhos que se prendem com o laço, assim se enredam também os filhos dos homens no tempo da calamidade, quando cai de repente sobre eles.". A todo momento podemos sofrer todos os males. Então agradeçamos pelo dia. Pare de reclamar que o seu 2017 será maravilhoso.
Outra coisa são os desejos de paz. Todo mundo te manda uma mensagem dizendo: "Feliz ano novo! Muita paz, felicidade...". Bom por mais que tenhamos o costume de mandar os desejos de forma generalizada (tipo um "Feliz ano novo à todos" no Facebook), geralmente mandamos os "textões" para os amigos e familiares mais próximos. Se eu me atrevesse a perguntar para as pessoas: "Para quem você deseja paz?". Tenho quase certeza que responderiam que desejam paz à todos. Todos é "TODOS", com isso não faz sentido você desejar paz e não perder a oportunidade de discutir com alguém, de xingar uma pessoa no ônibus e etc. A resposta é simples! Se quer paz, tenha paz. Como você fará isso? Perdendo todas as oportunidades que você tiver de brigar, discutir ou algo similar. O nosso irmão Apóstolo Paulo disse: "se possível, quando depender de vós, tende paz com todos os homens;". Quando depender de vós, tende paz! Tenha paz com todos que terá um 2017 lindo!
Como conselho último: Ame! Siga o exemplo e o mandamento daquele nos amou: "Respondeu-lhe Jesus: Amarás o Senhor, teu Deus, de todo o teu coração, de toda a tua alma e de todo o teu entendimento. Este é o grande primeiro mandamento. O segundo, semelhante a este, é: Amarás o teu próximo como a ti mesmo. Destes dois mandamentos dependem toda a Lei e os Profetas." (Mateus 22, 37-40).
Em resumo, vivamos como Paulo disse em sua carta aos Romanos no capítulo 12 (que já citei um versículo ali em cima):

"9 O amor seja sem hipocrisia. Detestai o mal, apegando-vos ao bem.
10 Amai-vos cordialmente uns aos outros com amor fraternal, preferindo-vos em honra uns aos outros.
11 No zelo, não sejais remissos; sede fervorosos de espírito, servindo ao Senhor;
12 regozijai-vos na esperança, sede pacientes na tribulação, na oração, perseverantes;
13 compartilhai as necessidades dos santos; praticai a hospitalidade;
14 abençoai os que vos perseguem, abençoai e não amaldiçoeis.
15 Alegrai-vos com os que se alegram e chorai com os que choram.
16 Tende o mesmo sentimento uns para com os outros; em lugar de serdes orgulhosos, condescendei com o que é humilde; não sejais sábios aos vossos próprios olhos.
17 Não torneis a ninguém mal por mal; esforçai-vos por fazer o bem perante todos os homens;
18 se possível, quanto depender de vós, tende paz com todos os homens;
19 não vos vingueis a vós mesmos, amados, mas dai lugar à ira; porque está escrito: A mim me pertence a vingança; eu é que retribuirei, diz o Senhor.
20 Pelo contrário, se o teu inimigo tiver fome, dá-lhe de comer; se tiver sede, dá-lhe de beber; porque, fazendo isto, amontoarás brasas vivas sobre a sua cabeça.
21 Não te deixes vencer do mal, mas vence o mal com o bem."

Feliz 2017!


Referências
1.
SÊNECA, Lúcio Anneo. Edificar-se para a morte. Tradução e notas: Renata cazarini de Freitas. Petrópolis, RJ: Vozes 2016. p 25-26.