Bom
assisti recentemente á uma série de reportagens que me fizeram
pensar em algumas coisas. E hoje depois de uma conversa com alguns
amigos depois do culto mostrando essas reflexões decidi escrever.
Primeiro uma contextualização.
Eu
na adolescência acabei indo morar com a minha mãe (motivos e tudo
que ronda esta história poderá ser explicado em um outro momento).
Por influência do bairro e das pessoas, eu acabei caminhando pelos
caminhos do Funk. Nesta época aprendi a ouvir - tirando este já
citado - Freestyle, Miami, Hip Hop, Rap e outros estilos musicais.
Antes disso eu só ouvia Rock. Neste período fui a bailes, boates e
outros lugares. Agradeço hoje por não ter feito coisas ilícitas
nestes locais, fui apenas um frequentador, então não tenho muito o
que me arrepender, pelo contrário, me ajudou a amadurecer bastante.
Depois disso voltei a morar com meu pai. Quando isso aconteceu eu
“voltei às raízes” como dizia na época. Voltando a ouvir Rock
e a começando a funk. E isto é extremamente complicado. Hoje já
tenho uma maturidade musical maior, mas vamos a minha reflexão.
Devo
começar por ontem, onde ouvi uma música do MC Sapão com o DJ
Detona, a música chama Vou Desafiar Você. Achei bem interessante e
a letra sem nada de mais. Digo isso pois, meu posicionamento para com
o Funk hoje é este: O que me incomoda não é a melodia mas sim a
letra. Essa que ouvi ontem não me incomodou nem um pouco. E outra,
tanto a música como o clip se assemelhou muito á de artistas
americanos.
Essas
reportagens foram com cantores de Funk. E todas elas me fizeram parar
para pensar em algo: “Será que este Funk ostentação é tão
problemático assim?”. Penso que não. Uma boa parte canta uma
realidade que lhe condiz, ou que o mesmo sonha. Não passa muito
disto. E fora dos palcos… Pessoas comuns, com famílias, sonhos,
perspectivas, nada diferente de nenhum de nós. Quanto a sua
histórias de vida, uma mais bela que a outra. Hoje vi do MC Guime, e
já vi do Nego do Boreu e também do MC Gui. Tenho visto que
julgá-los é um erro tremendo.
Temos
ainda problemas com letras que incitam violência, drogas e sexo, mas
isso não é um problema do funk. Veja este trecho da música In da
Club do 50 Cent: “Você pode me achar no clube/Garrafa cheia de
bud/Mamãe, tenho o que você precisa/Se você é chegada em
drogas/Eu curto sexo, não curto essa coisa de fazer amor/Venha me
abraçar, se quiser transar”. Muito poético. Agora este trecho da
música do MC Gui: “Sonhar, nunca desistir/Ter fé, pois fácil não
é e nem vai ser/Tentar até se esgotar suas forças/Se hoje eu tenho
quero dividir/Ostentar pra esperança leva”. É muito mais
filosófico e ensina muito mais. Vejo uma grande influência cada dia
mais. Lá os cantores para se expressar eles usam Hip Hop, e aqui
usamos o Funk.
O
que quero aqui dizer… O Funk é um estilo musical. Se é mal visto,
ou mal interpretado pelos seus ouvintes, penso que a culpa não é do
cantor. Julgar é muito simples. Agora… O que há por traz dessa
ostentação toda? Somente mais um brasileiro, batalhador e que não
desiste nunca. Muitos outros estilos musicais pregam coisas ilícitas,
e temos muitas outras profissões que ganham bem mais do que
mereciam. Então não jogue a culpa de suas insatisfações no Funk.
Nosso país é injusto e violento e a culpa disto não é do Funk mas
sim do próprio povo juntamente com o seu governo.
As letras foram consultadas no site de letras Vagalume.