terça-feira, 24 de novembro de 2015

Cilada*

Bom como boa parte dos leitores deste blog sabem, sou cristão. Tem algo que a muito tempo vêm me incomodando. Como todo cristão creio e sigo a noção de escândalo (Lc 17,1). Essa palavra nas escrituras (principalmente neste texto) é tratada como tropeço. Em nossos tempos essa palavra é muito ligada à noção de testemunho. Na bíblia quase sempre a palavra testemunho é tratada como testemunhar a fé (Hb 11,2), ou quando o próprio Cristo em vários momentos, diz respeito à sua de divindade (Jo 5, 31-47).
Em muitas religiões essa o uso destas duas palavras (escândalo e testemunho) diz respeito ao bom comportamento que o cristão deve ter frente ao mundo. É uma recomendação bíblica (Mt 5,13-16) que os cristãos tenham um bom comportamento, para que possam fazer a diferença. Concordo em muito com isso e até tento. Porém em minha faculdade não tem sido assim.
Essa dimensão é maior do que imaginamos. Como dar testemunho na escola, faculdade, curso ou outras coisas? Sendo um bom aluno, prestando atenção nas aulas, tirando boas notas, sendo respeitador, não entrando em contendas ou maledicências, dentre outras coisas. Digo, pois comigo não tem sido tão simples. Está tudo muito complicado. Não tenho conseguido tirar boas notas. O grande pesar é que eu sempre fui do tipo de pessoa que gosta (ou que pelo menos se esforça) de tirar as maiores notas possíveis. Por exemplo, tirar seis em dez para mim sempre foi uma nota horrível. Sete, não fazia muita diferença, nem triste, nem feliz. Oito eu ficava completamente satisfeito e daí em diante extremamente feliz. Porém eu tenho sofrido na faculdade para conseguir tirar setenta (em cem) fazendo desta forma que para mim mesmo eu me sinta longe do ideal (tanto para mim, quanto para chegar ao ponto de dar um bom testemunho).
A dificuldade maior é em fazer os trabalhos e fazer as leituras dos textos. Será porque? Não quero tirar a minha culpa (pois isso eu nunca, ou pelo menos tento, fazer), mas eu desde que entrei na faculdade nunca fiz nada aos domingos. Como assim? O domingo é o dia que eu guardo ao Senhor, entendendo que após a ressurreição de Cristo o dia da semana a ser guardado é o Domingo (sendo o mesmo um símbolo do Sábado Cristão). Com isso eu não faço absolutamente NADA, no Domingo que não seja descansar, ficar com minha família, ou ir à igreja. Posso precisar o tanto que for, que coisas relacionadas à faculdade eu não faço. Apenas uma vez fiz, porém o trabalho que eu apresentaria era sobre a bíblia e sobre Martinho Lutero, então aproveitei a oportunidade para estudar as escrituras.
Mantenho firmemente essa opção. Entendo que esse estudo meu será completamente VÃO. Isso digo para mim. Já não consigo ir na igreja durante a semana e mal, mal no sábado, desta forma encaro o meu estudo como um desaforo. Digo sinceramente que se eu me propusesse a estudar ou a fazer trabalhos aos domingos, com toda a certeza eu não teria tantas dificuldades assim para tirar boas notas.
Não digo isso para que tenha carapuças servindo a ninguém, digo apenas para expor este pensamento meu. Talvez não tenha dado um bom testemunho no que diz respeito à tirar boas notas, porém pela Graça e Misericórdia de Deus tenho conseguido passar em tudo, sem precisar violar o único dia que tenho parar guardar ao Senhor.

"Porque Deus dá sabedoria, conhecimento e prazer ao homem que lhe agrada; mas ao pecador dá trabalho, para que ele ajunte e amontoe, a fim de dar àquele que agrada a Deus. Também isto é vaidade e correr atrás do vento." (Eclesiastes 2, 26)

*Título em referência à palavra grega Skandalon(Escândalo), que significa a isca que fica presa no gatinho de uma armadilha. Nota retirada da Bíblia de Estudos de Genebra.

terça-feira, 27 de outubro de 2015

“Levanta-se o Sol e põe se o Sol”


Bom… Depois de um grande hiato, aqui estou eu novamente escrevendo algo. Já tem um tempo bom que eu queria escrever sobre algumas coisas, porém em definitivo esta é a hora. Esta é a hora pois um lançamento de um EP e a ida em um Show motivou tudo isso.
Enfim indo ao ponto. Já tem um grande tempo que eu queria escrever para precisar expressar um sentimento de certa forma bem desagradável sobre a minha vida nesses tempos. Como todo jovem universitário a vida não é fácil. Muita coisa para fazer, pouco tempo, lazer quase não existe, e a necessidade da presença dos amigos, da família e de um(a) companheiro(a) se faz presente. Porém acabam ficando mais distantes devido à estes problemas falados anteriormente. Chego em casa cansado, ás vezes durmo na biblioteca estudando, ou pelo menos tentando, no pequeno tempo que aparece volta e meia. Problema também é que eu trabalho e dependo completamente deste trabalho para continuar estudando. Tenho pena dos meus pais, que veem esse esforço todo e ficam preocupados com os corações feridos e outros tipos de sentimentos ruins. Então acaba que no final das contas, as coisas parecem que são mais difíceis do que deveriam ser. Você trabalha para estudar, porém acaba que não tem tempo suficiente para estudar justamente devido à este trabalho. Me vi como é dito em Eclesiastes 1, 18 (Na muita sabedoria há muito enfado; e quem aumenta ciência aumenta tristeza.).
Eis aí a situação. Se há um livro na bíblia que é o que mais gosto é Eclesiastes. Me identifico muito, e ele me fala muito ao coração (fora o seu indispensável teor filosófico). Nesta situação toda o que mais me falava ao coração se encontra no capitulo 1, deste mesmo livro, do versículo 4 ao 11 que tem como título “A Eterna Mesmice”. E tudo me parecia assim. Igual! Na mesma! Normal! Nada mudava! Nada há de novo! “Levanta-se o sol, e põe-se o sol, e volta ao seu lugar, onde nasce de novo.” (v.5). Nessa onda toda de crise existencial e de incertezas, apareceu uma coisa. O lançamento do Ep “As Paisagens Conhecidas” d’ Os Arrais. Ali sim!
São cantores que me identifico muito! Músicas que também falam muito ao meu coração! Fora que é de uma simplicidade que encanta aos ouvidos! Música que tocam profundamente em meus sentimentos. Com este Ep, foi ainda Mais! Mais que o “Mais”. Pareciam músicas feitas para mim! O momento em que eu vivia era este. Aqui querendo “respirar um ar de um novo lar”*. Olhando estas “paisagens conhecidas”* e pensando… O que? Pra quê? Onde? Só via estas circulares complicações da vida. Orando bastante, porém ainda havia, estas perguntas não respondidas. Mas ao ouvir este cd, “fechei os olhos, e enchi o peito do ar de um monte”*. Fiquei muito emocionado com tudo que ouvi neste cd! Mais ainda indo ao Show aqui de Bh. Não vi boa parte do show, pois ali estava de olhos fechados, cantando (mesmo com a péssima voz), louvando a Deus e ao mesmo tempo solucionando estas coisas que passei, ou que estou passando. Ao ler o “pergaminho” entregue no show, ao ver entrevistas, ao ver as explicações das músicas, as letras. TUDO! Vi como Deus responde a oração dos seus. E desta vez, foi através deste cd!
Então venho através desta postagem, dizer que Deus nunca desampara os seus. Por mais difícil que possa ser. Momento que não vê resposta. Onde queremos apenas que ele seja “nossa canção”**. Deus mostra sim! Precisamos saber o tempo! E também dizer nesta postagem como que Deus abençoa certas pessoas para que possam edificar outros. Desta forma, musical é que Deus usa o André e o Tiago Arrais. O que confortou meu coração foi o fruto deste trabalho de vocês que com toda certeza é um modo que Deus tem de usá-los!
Com isso algo que me esclareceu tudo… Como disse do trecho de Eclesiastes que mais encaixava, ou encaixa minha vida no momento, há um versículo que eu mais li. É este o versículo: “Todos os rios correm para o mar, e o mar não se enche; ao lugar para onde correm os rios, para lá tornam eles a correr.” (v.7). Foi o que mais ecoava em minha mente e em meu coração. A forma como o CD se encaixou em minha vida foi extraordinária. Como já disse parece que foi feito para mim... Então digo que essa identificação toda não foi uma simples coincidência. Quando chego do show em casa e abro o CD físico, olho no encarte e vejo o versículo “base” do CD. Pensei na hora: “Deus é maravilhoso!”, pois justamente o tal versículo era o mesmo que falava ao meu coração.

"Ponho fogo no que resta da minha embarcação, para eu não ser tentado à abandonar a missão!" Fogo

*Trecho de Montréal
**Trecho de o Bilhete e o Trovão

quarta-feira, 9 de setembro de 2015

Laicidade e o governo de Deus

    Bom, o nosso país está no grande hall dos países que se declaram laicos. Lendo a definição no dicionário de Filosofia, vi que a laicidade pode ser entendida de outras formas, mas aqui tratarei de uma em específico, que é a religiosa. O que isso quer dizer? O Brasil é um país que não tem um governo teocrático, ou seja, que não tem o seu governo fundado em alguma religião ou em Deus. Mas a questão é em como isso se dá...
    Na nossa constituição no Artigo Quinto diz: "Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e a propriedade nos temos seguintes:". Somente aqui já poderíamos discorrer uma série de críticas, porém iremos falar unicamente da laicidade. Não se vê claramente escrito "Somos um país laico", mas assim se segue os incisos que tratam do assunto:
"VI - é inviolável a liberdade de consciência e de crença, sendo assegurado o livre exercício dos cultos religiosos e garantida, na forma da lei a proteção aos locais de culto e suas liturgias;VIII - ninguém será privado de direitos por motivos de crença religiosa ou de convicção filosófica ou política, salvo se as invocar para eximir-se de obrigação legal a todos imposta e recusar-se a cumprir prestação alternativa, fixada em lei;"
    Como se interpreta acima vemos nos incisos que o Brasil, "respeita" e não priva de direitos nenhum cidadão por motivos de crença religiosa. Mas é aí que mora a contradição. O governo é laico, e isso podemos ver, pois realmente o governo não tenta governar com base em fundamentos religiosos ou livros sagrados. Só que o nosso país é católico! Se alguém conhece algum feriados espirita, budista ou evangélico me fale nos comentários abaixo por gentileza.
     O que vemos hoje no nosso país é uma grande hipocrisia neste sentido. E a pior parte é quando você vê que no congresso existe uma bancada evangélica, que no final das contas acaba denegrindo a imagem dos cristãos, em especial dos que professam a fé evangélica. Outro agravante é que muitos fiéis alienados por este pensamento acabam militando a favor destes, que desta forma, acabam criando um cerco ainda mais perigoso e hostil para quem é cristão. Afinal de contas, como seria a questão de Deus governar a nação? Isso significa ter um pastor, um padre, ou qualquer outro líder religioso na presidência? Claro que não!
      Deus governa não somente a nação (I Sm 2,6-8), mas toda a realidade. Fora que toda autoridade é instituída por Deus (Rm 13,3-4; I Sm 2, 10), seja para que a nação progrida ou para que ela decaia. Podemos ver Saul, Manassés, mas também Davi e Salomão. Em determinado momento Israel foi ferida, mas em outro foi Israel que feriu. Então torcer para os nossos governantes sejam desta bancada, que mais defende interesses próprios e partidários do que o evangelho, é um erro fatal! E ainda sim, pensássemos que eles defenderiam as sãs escrituras, não seria ideal para o país, já que somos "laicos". O que cremos diz respeito à nos, Igreja! Nosso papel aqui é professar as verdades bíblicas e não querer que o governo imponha sobre todos a nossa crença. Podemos discordar livremente, mas não obrigar ninguém a nada, da mesma forma que não podem por exemplo retirar trechos da Bíblia. Fato é que Governo é governo, e Religião é religião. Claro que há uma oração constante dos cristãos, que a nação seja temente a Deus e que siga os seus preceitos, mas orar é uma coisa, militar de maneira incisiva, obrigando e oprimindo as pessoas é outra.
       Toda as autoridades são instituídas por Deus, e a única coisa que nos resta é confiar no Senhor, sabendo que nada foge do teu Eterno propósito e de tuas mãos. Devemos orar e pedir direcionamento para que possamos "escolher" melhor os nossos representantes. Nada e nem ninguém pode se livrar das mãos do Senhor (Dt 32,39). Com isso espero que entenda! Independentemente de governo teocrático ou não, quem governa a nação é Deus.

Referências:

Constituição da Republica Federativa do Brasil: Promulgada em 5 de Outubro de 1988. 52. ed., atual. e ampl. São Paulo: Saraiva, 2015 (Coleção Saraiva de Legislação).

terça-feira, 18 de agosto de 2015

Fé?


     Bom venho neste texto falar sobre algo que me intriga um pouco sobre este símbolo acima. Como provavelmente você deverá saber, este símbolo foi criado pelo conhecidíssimo cantor gospel chamado André Valadão, para um cd se não me engano. Como consequência deste sucesso, este símbolo se tornou muito popular e é usado por um grande número de pessoas. Mas aí há um detalhe... Será que as pessoas sabem o que este símbolo representa? Ou será que realmente foi a intenção do André criar uma marca que ficasse popular e que pudesse ser aplicada em diversos âmbitos de nossas vidas. Pensaremos sobre isso.
     Primeiramente, devemos entender o que é símbolo... Muitos são os significados e variados são os entendimentos e conceitos criados para explicar o mesmo. Trazendo do grego "συμβάλλειν" , símbolo significa "juntar", ou então "cada parte de um objeto", já do latim "symbolus", significa "sinal" ou "marca", no mais temos outros significados em áreas específicas. Para a antropologia filosófica, mais especificamente dizendo, Ernst Cassirer, o homem é um ser(animal) simbólico, ou seja, o homem constitui a sua cultura através de símbolos. Então vejamos, quanto ao já citado simbolo acima. Muitas pessoas nem se quer percebem que é a palavra "FÉ" em formato de um escudo. Como já disse, não consigo dizer sobre a verdadeira intenção do André Valadão(ou de seus colaboradores) ao criar esta marca, mas digo que talvez ela possa ser mal interpretada.
      O que resultou isto foi o simples fato que um dia saia eu do trabalho e vi um homem subindo a rua fumando, casualmente em seu pescoço estava o dito cujo. O colar com esta insígnia. Fui pensando. Consigo me lembrar ainda claramente durante a copa quando alguns outdoors, estampavam a animação: "FÉ no Brasil, FÉ na Copa". Com isso me pergunto. O que realmente este símbolo representa? Uma fé cristã ou uma fé na vida? Não posso dizer de consequências, mas é importante separar as coisas. Por exemplo se este caro fumante que vi, for cristão, está dando um mal testemunho(Mt 5,14-16). Se representa uma fé na vida, não há nenhum problema em o mesmo o estar usando. Por outro lado, se o mesmo não sabe o significado desta insígnia, ele deveria se preocupar por está usando alguma coisa que não sabe de onde provém.
     Para o escritor de Hebreus a fé é a certeza de coisas que se esperam, a convicção de fatos que não se vêem(Hebreus 11, 1). Com isso podemos ver que a verdadeira fé cristã, não depende de algum símbolo palpável, ou visível. Não condeno, tanto por que uso uma pequena cruz em meu pescoço. Venho apenas com isso propor uma reflexão, para que não venhamos depositar a nossa fé em símbolos, ou então exercitá-la com o uso de alguma insignia. À você cristão que lê esta breve e imperfeita reflexão, recomendo que leia o Capítulo 11 do livro de Hebreus e verá o que os grandes patriarcas fizeram por sua fé. Doutro modo se este simbolo representa uma fé na vida, ouça também a música "Tente outra Vez" do Raul Seixas, que com certeza terá também uma ótima forma de ver como podemos ter fé na vida. Como o mesmo diz: "Tenha fé em Deus, tenha fé na vida!".

Referências:

ABBAGNANO, Nicola. Dicionário de Filosofia; tradução da 1ª edição brasileira coordenada e revista por Alfredo Bosi; revisão da tradução e tradução dos novos textos Ivone Castilho Benedetti. 6 ed. São Paulo: Editora WMF Martins Fontes, 2012.

Dicionário Priberam da Língua Portuguesa:  http://www.priberam.pt/DLPO/simbolo. Acessado em 18/08/2015.

segunda-feira, 22 de junho de 2015

O Vento




Vento que faz a poeira voar
Vai até o olho dela
E a faz chorar
Vento que assopra as folhas
Que dá árvore jazem a derramar
Vento que assopra o rio
E das crianças arranca sorrisos

Vida feliz que tive
Perdi sem ao menos ter escolha
Vivo buscando o sentido
Que faça a minha vida boa
Tenho esperança nisto
Sabendo que um dia irei achar
Enquanto este dia não chega
Vou vivendo deixando vento me levar.

quinta-feira, 18 de junho de 2015

Princípio

        Estive pensando um dia desses... O que será princípio. Digo isso, pois sempre que estou comentando sobre o assunto com alguém esse questionamento vem a minha mente, porém ultimamente ganhou mais espaço, e há tempos que eu queria escrever sobre.
        Isso tudo começa com os princípios que eu sempre tive. Vamos considerar inicialmente este, "sempre", mas já iremos questioná-lo. Desde criança eu nunca gostei de ficar com garotas. Antes que você se assuste digo qual o sentido do ficar. Comigo sempre foi assim: ou namora ou nada. Então todas as garotas que gostei na vida, para mim a única possibilidade existente era a de namoro, esse beijar na boca de forma casual para mim, nunca existiu. É claro que devido a algumas influências e falta de maturidade algum pequeno período da adolescência eu busquei isso, mas vi que não resolvia meu problema com carência e autoestima. Outra coisa que "sempre" tive comigo foi a questão de ter relação sexual somente após o casamento. Um deslize certa vez quase impediu isso, mas até hoje permaneço firme nisto. Como hoje sou cristão o sentido religioso é o que prevalece. Mas ainda que não estivesse na igreja, continuaria com este princípio.
        Mas aí que vem! O que será esse princípio? Não quero aqui tratar sobre o princípio de todas as coisas, mas digo desta coisa que temos conosco cujo qual mantemos e guardamos com tanta seriedade e firmeza. Vejo muito quando as pessoas falam: "Olha os modos desta pessoa! Pelo jeito não tem princípios!". Mas será que esses princípios podem ser passados? Podem ser ensinados? Se pudessem como poderia haver uma pessoa sem princípios. Como um bom pai poderia ter um mau filho, ou vice-versa? Então aqui já digo que os princípios podem ser passados sim, mas cabe à pessoa segui-los ou não.
       Não resolvemos o problema ainda... Vejo que não podemos dizer que "sempre" tivemos este ou aquele princípio. Sempre diria desde que passei a ter vida. Mas aí que está. Minha consciência não trabalha desta forma a fim de que eu tenha princípios desde o nascimento. Até onde sei há coisas que podem acontecer desde o nosso nascimento, que podem acarretar em outras na vida inteira da pessoa. Só que daí não podemos dizer que tínhamos desde sempre. E outra! Se princípio fosse apenas aquilo que existe conosco desde que nascemos, não poderíamos ter novos princípios. Com isso nasceríamos com uma série de princípios e pronto. Nunca mais na vida ganharíamos ou perderíamos nenhum deles. Então dizer que princípios é aquilo que está desde que nascemos conosco também não é uma boa coisa.
       Como foi dito acima. Cabe à pessoa seguir ou não os princípios que lhe foram passados ou ensinados. Então vejo que princípio não é algo que existe conosco desde "sempre", mas sim algo que escolhemos colocar como prioridade em nossas vidas, para que possam servir de base para a nossa vivência e convivência tanto em sociedade como individualmente. Quando eu falei que não iria beijar casualmente nenhuma garota, que iria apenas namorar, é porque eu vi que para mim isto não valeria a pena, pois quando eu precisasse de alguém do meu lado, um beijo casual não seria a melhor opção. Quando disse a que só me relacionaria sexualmente depois do casamento, vi que como para mim, era o que de mais íntimo existia, não conseguiria fazer isso com várias pessoas em minha vida, com isso para ser uma única, apenas se fosse minha esposa.
        Desta forma vejo que não apenas a estipulação, mas também o permanecer seguindo este princípio cabe a nós mesmos. Porém isso também sobre influência da nossa sociedade, da nossa religião, da nossa tradição e por aí vai... Como cristão que sou creio que Deus preserva em nossas vidas uma série de princípios, porém temos que permanecer firmes para continuar seguindo os mesmos. Mesmo que não fale de crença, digo que ainda sim, para permanecer nos seus princípios só precisa disto, ser forte! Falando por mim... Esta eu força busco em Deus.

segunda-feira, 15 de junho de 2015

Nascido para ser único

 Me lembrava de uma conversa que há muito tempo estava tendo com dois amigos meus. O Matheus e a Lidiane (por mais que eu e a Lidi não esteja conversando, continuarei chamando-a de amiga), falávamos sobre a seguinte pergunta que foi feita pela Lidi: “Você se considera substituível?”. A minha resposta e a do Matheus foi a mesma. “Não!!! Não somos substituíveis, pois somos únicos!”
Que maravilha é isto!!! Ter essa plena certeza! Eu sou único. Por quê? É simples, e isto não é uma questão de egocentrismo ou autoestima alta, mas sim uma questão de lógica. Há muitos Guilherme(s) no mundo! Há muitos Matheus(s)! Um monte de Warley(s) e de Letícia(s). Mas o que nos difere? O faz com que cada um seja único?
Primeiramente uma questão básica: A aparência. Com certeza há Guilherme(s) que gostam de Funk e que se vestem como tal (até mesmo o conhecidíssimo Mc Gui). Vários que tem o cabelo liso, outros com cabelos crespos, com narizes grandes ou pequenos, sendo num todo bonitos ou feios. Nenhum Guilherme é parecido. Mesmo sendo Gêmeos (levando em conta que dificilmente teriam o mesmo nome), ainda seriam diferentes! Mas e aí? O que mais? O que nos difere?
Segunda coisa: as experiências de vida. Mesmo sendo irmãos as experiências são completamente diferentes. E isto faz uma grande diferença, pois influência diretamente no sujeito. Em seu caráter, sua ética, seu modo de tratar determinados assuntos ou situações, modo de pensar, agir e etc. Muitos Guilherme(s) existem, mas nenhum com a mesma vivência que eu. Mas supondo que de forma absurda, mesmo em outro ambiente, com outras pessoas, haja um que tenha vivido situações parecidas. O que nos difere?
Terceira coisa: gosto. Há provavelmente semelhanças entre mim e outros, mas nenhum gosta simultaneamente das mesmas coisas que eu. Sou cristão, gosto de rock, folk e música clássica, gosto de animes, gosto de Star Wars, faço aula de violão e violino, sei um pouco de teclado e Cajon, gosto de ler, escrever e desenhar, amo batata, Guarapan e Sprite (apesar de que devido à gastrite não posso mais beber nenhum refrigerante, foram substituídos por suco de Uva, que é uma das melhores coisas deste mundo). Talvez possa ter alguém que tenha esses gostos em comum, mas nunca todos ao mesmo tempo. Imagina se houver um Guilherme que tenha estes mesmos gostos, o que iria nos diferir?
 Quarta e última coisa: a alma. Isto não há como ser igual. Em nada! Eu poderia usar aqui vários pensadores e filósofos, devido à formação que estou buscando (como provavelmente você tenha lido na descrição), mas posso dizer pelo que creio (também como escrito na descrição). O fato que Deus criou a todos nós! Nossas almas individualmente e depois pela sua graça fez com que viéssemos a ter vida neste corpo. E cada um Ele fez. Tenho como base a visão que o homem é dicotomo, ou seja, é composto por uma alma e por um corpo e também que alma é colocada no ato da fecundação. Assim como diz em Gênesis 2.7: “Então, formou o Senhor Deus ao homem do pó da terra e lhe soprou nas narinas o fôlego de vida, e o homem passou a ser alma vivente”. Desta forma creio.
 Então dando apenas um tom mais “intelectual” a uma simples resposta, de jovens do Ensino Médio. Temos almas distintas, e com isso somos necessariamente únicos. A semelhança que há nisto é que todos nós somos criados por Deus!
 Depois de ler isto, espero que não tenha medo de estufar o peito e dizer: “EU SOU ÚNICO!”.

quarta-feira, 29 de abril de 2015

Provocação


Érh!!! Triste!
Você tinha que ir embora sem ouvir a minha resposta?
Era um dos grandes sonhos na vida.
Poder olhar nos seus olhos e ouvir a pergunta: "Guilherme o que é a vida?"
Eu responderia o que eu já tenho planejado a tempos, aí você novamente olharia e diria: "Guilherme o que é a vida?", aí eu na hora daria uma resposta que me obrigaria um pensamento rápido e profundo. Depois você diria para que me levantar e dar lhe um abraço, que é a única parte falsa daquele programam, e uma foto que eu guardaria até o último dia de minha vida.

Agora o jeito é lhe responder o que foi a vida, meu caro Antônio Abujamra.

sexta-feira, 24 de abril de 2015

Poder



Bom era o tempo que eu podia fazer o que quisesse,
podia voar,
podia matar dragões,
podia lançar poderes e magias,
tinha aventuras e salvava o mundo todos dias,
eu era poderoso e não sabia

Gostaria de retomar o meu poder,
para feliz novamente ser,
o segredo eu claramente vi,
a minha volta reparei e descobri,
poder este é o de acreditar,
que em toda criança há

Quando pequeno em mim havia,
e eu nunca pensei que um dia ele sumiria,
poder que um dia eu vivi,
e acabou sumindo depois que cresci.

domingo, 19 de abril de 2015

Mudando de Visão

Bom assisti recentemente á uma série de reportagens que me fizeram pensar em algumas coisas. E hoje depois de uma conversa com alguns amigos depois do culto mostrando essas reflexões decidi escrever. Primeiro uma contextualização.
Eu na adolescência acabei indo morar com a minha mãe (motivos e tudo que ronda esta história poderá ser explicado em um outro momento). Por influência do bairro e das pessoas, eu acabei caminhando pelos caminhos do Funk. Nesta época aprendi a ouvir - tirando este já citado - Freestyle, Miami, Hip Hop, Rap e outros estilos musicais. Antes disso eu só ouvia Rock. Neste período fui a bailes, boates e outros lugares. Agradeço hoje por não ter feito coisas ilícitas nestes locais, fui apenas um frequentador, então não tenho muito o que me arrepender, pelo contrário, me ajudou a amadurecer bastante. Depois disso voltei a morar com meu pai. Quando isso aconteceu eu “voltei às raízes” como dizia na época. Voltando a ouvir Rock e a começando a funk. E isto é extremamente complicado. Hoje já tenho uma maturidade musical maior, mas vamos a minha reflexão.
Devo começar por ontem, onde ouvi uma música do MC Sapão com o DJ Detona, a música chama Vou Desafiar Você. Achei bem interessante e a letra sem nada de mais. Digo isso pois, meu posicionamento para com o Funk hoje é este: O que me incomoda não é a melodia mas sim a letra. Essa que ouvi ontem não me incomodou nem um pouco. E outra, tanto a música como o clip se assemelhou muito á de artistas americanos.
Essas reportagens foram com cantores de Funk. E todas elas me fizeram parar para pensar em algo: “Será que este Funk ostentação é tão problemático assim?”. Penso que não. Uma boa parte canta uma realidade que lhe condiz, ou que o mesmo sonha. Não passa muito disto. E fora dos palcos… Pessoas comuns, com famílias, sonhos, perspectivas, nada diferente de nenhum de nós. Quanto a sua histórias de vida, uma mais bela que a outra. Hoje vi do MC Guime, e já vi do Nego do Boreu e também do MC Gui. Tenho visto que julgá-los é um erro tremendo.
Temos ainda problemas com letras que incitam violência, drogas e sexo, mas isso não é um problema do funk. Veja este trecho da música In da Club do 50 Cent: “Você pode me achar no clube/Garrafa cheia de bud/Mamãe, tenho o que você precisa/Se você é chegada em drogas/Eu curto sexo, não curto essa coisa de fazer amor/Venha me abraçar, se quiser transar”. Muito poético. Agora este trecho da música do MC Gui: “Sonhar, nunca desistir/Ter fé, pois fácil não é e nem vai ser/Tentar até se esgotar suas forças/Se hoje eu tenho quero dividir/Ostentar pra esperança leva”. É muito mais filosófico e ensina muito mais. Vejo uma grande influência cada dia mais. Lá os cantores para se expressar eles usam Hip Hop, e aqui usamos o Funk.
O que quero aqui dizer… O Funk é um estilo musical. Se é mal visto, ou mal interpretado pelos seus ouvintes, penso que a culpa não é do cantor. Julgar é muito simples. Agora… O que há por traz dessa ostentação toda? Somente mais um brasileiro, batalhador e que não desiste nunca. Muitos outros estilos musicais pregam coisas ilícitas, e temos muitas outras profissões que ganham bem mais do que mereciam. Então não jogue a culpa de suas insatisfações no Funk. Nosso país é injusto e violento e a culpa disto não é do Funk mas sim do próprio povo juntamente com o seu governo.

As letras foram consultadas no site de letras Vagalume.

terça-feira, 14 de abril de 2015

Melhor o Luto!

            Hoje na aula de Antropologia Filosófica lendo o livro do Ernst Cassirer (Ensaio sobre o Homem) o professor destacou uma parte donde o autor diz sobre o medo do homem no que diz respeito à morte. Na hora eu quis fazer uma participação na aula mas acabei guardando para mim e exponho aqui a minha reflexão.
             Será porque o homem tem tanto medo da morte? Já vi casos que haviam pessoas que prestes a morrer estava em uma alegria sublime, como se ao invés de estar acabando, a vida na verdade estivesse apenas começando. Em contra partida há pessoas que frente a um simples resfriado já se preocupam absurdamente com o terrível fim da vida. O que difere esses dois tipos de pessoas? Sempre que vi casos com as primeiras pessoas a devida felicidade era atribuída a apenas uma coisa. A certeza da salvação em Cristo. Já na segunda, penso que o principal medo é que a morte talvez seja a única coisa que é inevitável ao homem, e frente a isso as pessoas sentem esse medo, pois sabem que por mais que possam adiar, ou pelo menos tentar, uma hora seu fôlego de vida irá cessar.
            No caso da primeira pessoa realmente morte é algo que não é visto com muito temor, considerando que para o verdadeiro cristão a eternidade é o que se deve esperar depois de uma vida cheias de aflições (João 3.16 e 16.33). Vi à alguns dias atrás no Facebook uma imagem de um cristão sendo levado para ser enforcado, mas algo nele era interessante ressaltar. O semblante era de completa alegria. Estava com um sorriso estampado no rosto, como quem dizia: “Eu sei para onde vou!”. Cristão não pode temer a morte. Deve temer ir para a eternidade sem fazer a obra de Deus como deveria ser feita aqui na terra.
          Agora uma pessoa que teme a morte. Penso eu que deve ser algo realmente com o que se deva preocupar. O que será depois? Para aonde vou? Não há ninguém que pode responder essas questões e outras que são implicadas neste tipo de situação. Há céu? Há inferno? Há Deus? Quem é cristão tem plenas respostas para todas essas perguntas, mas quem não é? Isso é algo realmente amedrontador. Assusta. Que fim terreno inevitável é este que não se sabe o que haverá depois? Alias, haverá um depois? Para que viemos aqui? Como responder isso? Não sei. E desconheço qualquer possibilidade de alguém responder. Mas uma única resposta é certa. A morte existe e ela virá! Para todos!
          Você aí! Cristão ou não, faça com que a sua vida valha a penas por aqui. Não sei se acredita no céu, no inferno, ou em qualquer outra coisa, mas é completamente ilógico pensar que não há algo melhor ou que não haja algo depois desta complicada vida terrena. Então haja bem, faça que sua vida seja boa, para que você não venha a pagar por males que aqui foram praticados. Para os meus irmãos cristãos, sei que nos veremos na eternidade. Mas sendo ou não sendo cristão, ficam estes versículos de Salomão, que ilustra muito bem tudo o que aqui foi dito: “Melhor é a boa fama do que o unguento precioso, e o dia da morte, melhor do que o dia do nascimento. Melhor é ir à casa onde há luto do que ir à casa onde há banquetes, pois naquela se vê o fim de todos os homens; e os vivos que o tomem em consideração. Melhor é a mágoa do que o riso, porque com a tristeza do rosto se faz melhor o coração. O coração dos sábios está na casa do luto, mas o dos insensatos, na casa da alegria.” Eclesiastes 7.1-4.

sábado, 4 de abril de 2015

Such a lonely day*

           Hoje fui trabalhar, mas devido à uma tentativa de arrombamento a porta do meu trabalho não abriu, fazendo com que as aulas fossem suspensas. Eu e uns professores saímos para beber alguma coisa e conversar um pouco. Depois disso saímos e fomos embora. Cada um foi para o seu canto e eu fui para o ponto de ônibus. No dado momento que o motorista não parou no ponto eu fui caminhando para pegar o próximo ônibus em outro ponto. Ali caminhando olhei para o lado e estava o Parque Municipal de Belo Horizonte, e até pensei em caminhar no parque. Essa ideia passou, pois além do cansaço eu estava sozinho. Aí pensei… Porque nos sentimos tão sozinhos? Porque precisamos tanto de afeto?
           Fui pensando nisto. Mesmo estando com muitas pessoas a minha volta, eu ainda me sinto sozinho as vezes. Não tive experiencias sentimentais tão sucessivas assim, e me sinto sozinho neste sentido da palavra. Falta de afeto, falta de alguém. Trabalho e estudo muito, e sei que dificilmente conseguiria ter um relacionamento que fosse completamente agradável, mas ainda sim, a falta não é uma coisa que se consiga controlar. E eis aí o motivo do meu questionamento.
           Trabalho, tenho amigos, estudo, tenho uma ótima família (apesar do momento não ser dos melhores), tenho o grandioso cuidado de Deus sobre mim, mas ainda sim, há momentos em que a solidão vem. Pensando de uma forma científica, biológica ou até mesmo psicológica, talvez a falta de afeto possa causar tanto incomodo assim devido à nossa concepção. Ficamos durante nove meses no ventre de nossas mães e depois de nascer nós ainda necessitamos do toque da mãe. O que pode comprovar isto é um experimento que uma professora de Psicologia citou em sala de aula. Em um certo berçário as crianças eram colocadas em seus devidos berços e suas mamadeiras eram colocadas em suportes. Boa parte das crianças morriam. Mesmo agasalhadas muitas vinham à óbito. Até que certo dia resolveram parar de dar a mamadeira para as crianças desta forma, mas sim com as enfermeiras segurando as mesmas no colo. Depois disto nenhuma criança mais morreu.
           Outra forma de vemos o porque da nossa solidão, é pensando de forma religiosa. Como diz o relato Bíblico em Gênesis no capítulo 2 versículo 18, Deus diz que não é bom que o homem esteja só. Com isso veio Eva para que os dois possam se tornar uma só carne. Não sabemos claramente se a “solidão” incomodava Adão. Mas quando ele foi criado já haviam os outros animais. Podemos supor, que um ser pensante como era ele, pelo menos deveria ver as espécies com os seus devidos pares, e ele ali sozinho sendo o único de sua espécie.
           Seja como for... Ainda não entendo com clareza o que motivo da falta de alguém ao nosso lado (no sentido amoroso), pode ás vezes fazer tanta diferença. Podemos ser completamente felizes sem ter uma(um) namorada(o). Mas será porque o fato de ter nos deixa tão felizes e seguros?
           Não tenho ainda uma resposta clara para o assunto, e para falar a verdade, nem sei se preciso ter. Só sei que ultimamente estou me sentindo bastante sozinho e isso pode me ajudar a encontrar a resposta. Ou também não. O jeito é orar e pedir para que o caminho seja iluminado.

*Referência a música Lonely Day do System of a Down

segunda-feira, 30 de março de 2015

Quero ser como criança*

Hoje vi algo que me chamou tanto a atenção, mas tanto, que na mesma hora eu pensei: “Tenho que escrever!”. Estava no ponto de ônibus voltando do trabalho. Estava ali sossegado ouvindo música. De acordo com o terminal o ônibus demoraria oito minutos para chegar. Em dado momento aconteceu algo que perturbou a paz de mim e daquelas outras pessoas que ali estavam.
Chegou um andarilho. Do modo bem estereotipado. Cheirava mal, não falava nada com nada, estava bastante sujo, e demonstrava alguma dificuldade mental, pois não parecia estar embriagado. Outra coisa que comprova o fato de que não era bebida é que ele não tinha o característico cheiro.
                Ele veio falando que não tinha medo de ninguém, somente de Deus. Encarava todos os homens, e com as mulheres ele chegava bem perto e falava algo que não consegui entender. Saiu andando e falando suas coisas… Eu estava prestando bastante atenção no mesmo, pois estava apreensivo no sentido de que ele pudesse me agredir. Digo que não retribuiria em nenhuma situação, nem mesmo se fosse uma pessoa normal, mas é pelo sentido que não haveria nada que pudesse ser feito. Se algo assim acontecesse, como eu poderia julgar esse ato normalmente, sendo que o mesmo (naquela aparente condição) não seria responsável pelo que fizesse.
                Em dado momento ele chegou perto da lata de lixo e deu um baita tapa na lixeira para que ela pudesse virar. Na mesma hora algumas senhoras que estavam ali, assustadas se levantaram do banco e se afastaram um pouco, e isto chamou atenção de todos os outros. Ele deu outro tapa e bradou: ”CADÊ AS LATINHAS????? Eu pego latas!”.
                Depois disso chegou um ônibus (Castanheiras se não me engano), e aí que vem o fato mais importante. Havia uma jovem moça com uma criancinha no colo comendo uma goiaba. Enquanto ela entrava no ônibus, lá foi o nosso andarilho e com um gracioso sorriso (que iria contra aquele tapão da lixeira) falou algo com a criança. E ela lhe retribui com um sorriso cujo a beleza não caberia em palavras.
                Olhou para ele de forma tão pura, sem medo, tal como a Esmeralda ao olhar o Quasimodo**, e logo depois ele disse mais alguma coisa, e ela de igual forma com ele. E depois ela ainda disse um “Tchau” tão belo, que parecia que estava se despedindo de um personagem de desenho que provavelmente goste. Foi semelhante a Cristo, que aceitou a todos com esta mesma misericórdia, bondade e pureza de coração.
                Vi aquilo… Todos nós apreensivos, preconceituosos, e ela ali, olhando para ele com provavelmente mais apresso do que com todos ali presentes. E frente a circunstâncias, creio eu que ele mereceu realmente, mais apresso do que todos nós que ali estávamos.

*Referência á um cântico cristão com a autoria atribuída ao David Quinlan
** O Corcunda de Notre Dame (Para ver de onde a informação foi retirada Clique Aqui)

domingo, 22 de março de 2015

Caiu do Céu!

Bom o dia hoje* me serviu de muito aprendizado. Uma conversa muito aberta e muito produtiva com uma colega de trabalho me enriqueceu muito. Mas venho falar de outra coisa. Esmolas. É um assunto aparentemente simples, e eu nunca vi discussões que focaram no assunto, porém tenho certeza que se alguém se propusesse veria que é um dos assuntos cujo as opiniões divergem bastante.
Hoje eu sai do trabalho e fui às Lojas Americanas comprar alguns presentes para duas pessoas em especial. Comprei os presentes e além disso comprei ainda o meu lanche de sábado, já que eu não almoço, e também um pote de Snak (acho que é isso mesmo, semelhante a batata Pringles) para eu comer indo para casa. Quando eu estava no caixa pagando decidi voltar e deixar os presentes lá no meu trabalho, sendo que precisarei deles amanhã lá. Voltei, guardei, a Juliana me deu tchau (a mesma citada na postagem anterior), e depois fui embora. Pois bem, começou a chover. Abri o guarda chuva e fiquei esperando o ônibus comendo uma pequena porção de batata. Aí que vem o tal ato!
Ao longe reparei em uma pessoa caminhando. Mesmo pela longa distância já consegui perceber que tinha uma deficiência. Quando foi chegando mais perto vi que era uma senhora de aproximadamente cinquenta anos. Caminhava devagar, pelas suas dificuldades, não poderia esperar menos. Calma e tranquila. Não parecia ter nada em mente. Apenas caminhava. Meu coração foi apertado. Diria eu esmagado. Eu ali… Comendo, com o guarda chuva aberto, e ela ali, apenas com sua sacola e pegando integralmente a chuva que nos assolava. Veio a voz: “Ajude-a!”. Pensei: “Darei meu guarda chuva para ela!”. Em um certo momento esse pensamento se foi. Ela passou um pouco por mim. Não consegui e fui lá! Dei boa noite e perguntei se ela queria o meu guarda chuva. Ela me respondeu apenas com um sorriso. Tão lindo como uma rosa! Assim fiz. Peguei o pote de batatas e logo após de pegar umas quatro batatinhas, dei também á ela.
Fiz! Estou contando agora… Para quê? Ganhar reconhecimento? Ser bem visto? Nem um destes. Digo para que pensem comigo. Pensei assim: Mesmo que eu molhe, posso chegar em casa e tomar um banho, logo após colocar uma roupa seca e limpa, e ainda se desejar tomar um chocolate quente para ajuda no sono. Mesmo que eu ficasse com fome, poderia comer o que quisesse quando chegasse em casa. Agora e ela? Quando será que ela irá comer? Quando será que ela irá tomar banho? Como a roupa que ela usava secaria?
Nós que possuímos essa dádiva devemos ajudar os outros que não possuem. Não costumo dar dinheiro como esmola. Esta não foi a única vez que fiz algo parecido. Mas digo apenas que nada me faria ficar mais feliz do que isto que fiz hoje. Gosto muito de chuva! Mas a que peguei hoje voltando para casa, foi com certeza a melhor que eu podia pegar, pois sei que a cada pingo de chuva que caia em mim, um deixava de cair em alguém que precisava muito mais do que eu!
Escrito no dia 20 de Março de 2015.

quinta-feira, 19 de março de 2015

Árvore seca também brota!

                 Estava hoje conversando com uma colega de trabalho e uma aluna. Falamos sobre algumas coisas. Em dado momento falei com elas sobre um costume que eu tenho. Essa colega de trabalho estava sentada na escada de cabeça baixa. Eu pensei que ela estivesse triste ou passando mal. Fui lá e dei um leve toque em seu braço direito, e sai correndo. Não deu tempo de esconder. Ela ergueu a cabeça e me viu na minha investida falha de fugir. Conversamos um pouco até que esta aluna chegou. Ela me questionou se eu ainda não tinha ido almoçar (pois já tinha mais ou menos meia hora que eu estava falando que ia almoçar, e ainda não tinha ido). Falei que não e expliquei para ela que não consigo ver pessoas tristes, e aí eu tinha ido mexer com a Juliana. Aí disse que eu sempre faço isso, pois normalmente quando estou triste, não tentam me animar muito e eu sei o quanto isso é ruim, então por isso que eu sempre tento alegrar quem não está aparentemente alegre.
                Pensei… O que seria então a felicidade? É algo tão simples, e que tem um significado sentimental tão grande. Não me arrisco a tentar dar uma definição geral. Vários filósofos já tiveram suas definições, que cabem - pelo menos na sua grande maioria - em um âmbito universal. Mas pensarei aqui de uma outra forma. Já tive vários debates com as pessoas sobre este breve pensamento: ”É possível fazer os outros felizes estando triste?”. Na época muitos diziam que não.
                Muitos responderam não, porém para mim é o exato contrário. Me arrisco até a dizer que a minha felicidade depende da felicidade que eu causo nos outros. Busco e gosto muito de ajudar, gosto de dar presentes. É muito barato dar algo que deixe a pessoa feliz. Seja uma caixa de Bis (aproximadamente R$ 3,00), ou um Patins (aproximadamente R$ 200,00). Já falei isso com alguém que muito estimo, no momento em que ela disse que não queria ganhar presente de aniversário, mas repito aqui: “Neste mundo em que vivemos, tão conturbado, um presente é uma forma muito barata de deixar alguém feliz!”. Quando eu não dou uma boa aula, eu fico triste, principalmente quando vejo os alunos desanimados ou entediados.
                Então concluo, pelo menos de forma pessoal, que é sim possível fazer os outros felizes mesmo estando tristes. Eu para curar a minha tristeza, busco causar alegria. Comigo funciona, e penso que se mais pessoas tentassem também, teríamos várias árvores secas que poderiam, quem sabe, gerar brotos capazes de florescer.

quinta-feira, 19 de fevereiro de 2015

Domain?

                 Bom em muitas situações da minha vida vejo as matéria que tenho estudado na faculdade e vou refletindo sobre elas, para ver se realmente concordo, se as teorias e pensamentos foram superados, se ainda valem para os dias de hoje. As que dizem respeito a sociedade e a ética, boa parte continua valendo. Já as que falam sobre a natureza, não temos tantas assim não. Explico o porquê deste meu questionamento.
                Várias vezes quando eu estou voltando da aula, vou caminhando somente eu e Deus, e sempre ouvindo músicas. Dias que são músicas cristãs, dias que são músicas não cristãs e dias que são músicas eruditas. Especialmente nas músicas não cristãs e as eruditas (devido ao seu teor e melancolia) tenho experimentado experiências interessantes.Ás vezes estou andando e vem uma música como se estivesse regendo a natureza a minha volta. É Sublime! Há momentos que são extremamente assustadores e igualmente belos. Tal como ouvir Uma Noite no Monte Calvo de Mussorgsky enquanto o vento sopra fortemente. Ou ouvir Oh! Fortuna em um início de tempestade e por aí vai.
                Já presenciei inúmeras situações deste tipo com trilhas sonoras diferentes. E o que isso tudo me faz pensar? Vejo o vento soprando, sem que eu possa fazer nada para ele pare. Vejo a chuva caindo e não há nada que e possa fazer para que ela cesse. Cadê as teorias que dizia que o homem é o dominador da natureza? Há alguém que possa parar um terremoto apenas com um grito de PARE? Se você domina o seu filho aposto que se ele estiver indo para algum lugar, com apena um brado seu, ele irá para. Agora dá certo com a Natureza? Furacões, Tsunamis, Tempestades… Observe a sua volta. Ficamos todos nos achando os seres supremos, mas quando a natureza se levanta que homem consegue fazer com que ela se deite?
                Se tem algo que fazemos é cortar árvores, criar represar, e etc. Pode estar havendo um confusão de termo aqui (ou de concepção minha), mas isso não é domínio é agressão. Com essas atitudes não estamos fazendo a natureza se curvar diante de nós estamos apenas ferindo-a.
                Somos animais como quaisquer outros. Diferentes deles apenas alguns genes, e o advento da racionalidade. Mas assim como cada animal neste planeta, não podemos parar a natureza. Então lhe pergunto: Acha mesmo que dominamos algo?